Os Subgêneros da Literatura de Crime e Mistério
 

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terça-feira, 19 de junho de 2012
Todas as manhãs, Christine acorda sem saber onde está. Suas memórias desaparecem todas as vezes que ela dorme. Seu marido, Ben, é um estranho. Todos os dias ele tem de recontar a vida deles e o misterioso acidente que tornou Christine uma amnésica. Encorajada por um médico, ela começa a escrever um diário para ajuda-la a reconstruir suas memórias, mas acaba descobrindo que a única pessoa em quem confia talvez esteja contando apenas parte da história.

Com essa premissa, o livro “Antes de Dormir”, estreia de S. J. Watson, me apresentou uma protagonista confusa, natural para uma amnésica, e que não me conquistou. Quando penso em protagonistas, gosto de imaginá-los com características marcantes e personalidade forte, munidos de algo que chame minha atenção. A amnésia até é uma característica incomum e curiosa, e que, sabendo usá-la bem, como Jonathan Nolan soube ao criar o roteiro do filme “Amnésia” (Memento), pode ser bem interessante. Infelizmente, no caso do livro, não foi. Christine passou metade do livro lamentando sua situação, explicando como é ruim acordar sem reconhecer seu marido, sem lembrar o que aconteceu no dia anterior e etc. Esse lamento em exagero diminuiu o ritmo do livro, tornando a leitura cansativa em certas partes.

No entanto, apesar da protagonista pouco convincente, o autor conseguiu manter um bom suspense em relação à origem do acidente que causou a condição de Christine. Além disso, tivemos as famosas reviravoltas na trama que nós leitores sempre gostamos. Ben, o marido, Claire, a amiga, Dr. Nash, o médico e a própria Christine são suscetíveis à culpa e inocência até o final do livro, o que é bem legal tratando-se de um thriller.

Apesar da ideia ser um pouco batida, que pode ser vista, por exemplo, no filme “Como se Fosse a Primeira Vez” (50 First Dates), foi a primeira vez que a vi aplicada com foco no mistério e, por isso, me interessei pelo livro. Não me arrependi de tê-lo lido, pois fiquei curioso para saber o final da história, que não decepciona no quesito mistério/surpresa, apesar de achar que teria mais impacto em uma versão cinematográfica, mas que poderia ter suas consequências melhor trabalhadas. Para finalizar, um ponto negativo que eu gostaria de destacar, mas que pode ter sido resultado das minhas muitas pequenas leituras (lia cerca de 3, 4 páginas por dia), foi a narrativa. Em determinados pontos eu me confundia, pois não sabia ao certo se o que eu lia era fruto do diário da Christine ou simplesmente a narração dela, o que me incomodava um pouco.

Resumindo, o livro não é uma obra prima, mas para estreia foi um bom trabalho. Segue abaixo um resumo dos pontos positivos e negativos:

Pontos Positivos: Bom suspense e final interessante. 
Pontos Negativos: Narrativa confusa e buracos na trama (difícil falar deles sem contar spoilers).

Nota Final: 8,0
quinta-feira, 28 de julho de 2011
A sinopse de Knife Music diz: "O livro conta a história de um mulherengo cirurgião de 43 anos, Ted Cogan, lutando para limpar seu nome depois de ser acusado por Hank Madden, um veterano detetive responsável pelas investigações, de estuprar e causar o suicídio de uma jovem." E, para minha tristeza, é exatamente isso que acontece.

Por que decepção? Porque, infelizmente, o detetive Hank Madden, cujas características pareciam tão interessantes para serem exploradas (ele é deficiente e sofreu abuso sexual durante a infância) foi mero coadjuvante na história. "Sim, Thiago. Ele foi coadjuvante porque o protagonista do livro é o Dr. Ted Cogan". Tá, eu sei que o doutor é o protagonista, mas achei que haveria um duelo entre eles. Um tentando provar que o outro estava errado e manter o suspense sobre a culpa ou inocência do acusado até o fim (tá, essa dúvida até que o autor conseguiu manter bem). O que ocorreu foi que só o doutor se defendeu, enquanto o veterano detetive somente o observava correr atrás de pistas e resolver o caso. Ele foi o acusado, o detetive e, forçando um pouco a barra, seu próprio advogado. Achei que isso acabou sobrecarregando um pouco o nosso querido protagonista.

Deixando um pouco de lado os pontos negativos, uma coisa que achei interessante, mas que também me deixou confuso em alguns momentos, foram as idas e vindas no tempo. Eu gosto muito desse recurso em romances policiais. Acho que, quando bem empregado, tem muito a acrescentar ao suspense da trama. E o autor soube utilizar bem. Junto a isso, muitas vezes ele usou, ao invés de narrativas únicas e simultâneas de dois pontos de vistas diferentes, duas narrativas para contar a mesma cena, uma sob o ponto de vista do observador da ação, por exemplo, e outra sob o ponto de vista do(s) agente(s). Primeiro sempre vinha a ótica de quem possuia menos informação, o que fazia você não entender certas ações e ficar curioso para descobrir o porquê daquilo, que era respondido assim que a narrativa mudava de perspectiva. Bem legal.

"Thiago, mas e as reviravoltas, cadê? Todo bom romance policial deve ter pelo menos uma." Sim. Teve reviravoltas. O mistério da culpa ou inocência completa do doutor é uma máquina de estados que varia bastante ao longo do livro, e que só é inteiramente resolvido nas últimas páginas. Boa parte desse mistério é mantido devido à existência de uma testemunha que jura de pé junto que tem certeza do que viu (não vou contar se é uma testemunha de acusação ou defesa.. vá ler o livro!), e isso contraria diversas outras provas encontradas durante a inverstigação.

Resumindo... A leitura foi bem agradável. O início e o fim foram bastante empolgantes, porém, o meio deixou um pouco a desejar. A ideia do livro é boa e acho que ele atingiu minhas expectativas (tirando a minha decepção com o detetive). Não é e nem vai ser tornar um clássico da literatura policial, mas diverte.

OBS: Para quem tem curiosidade de saber o que é Knife Music (título do livro), são músicas que alguns cirurgiões gostam de colocar pra tocar enquanto operam seus pacientes.

Nota Final: 8,0

quarta-feira, 10 de novembro de 2010
Creio que diferente das outras resenhas que fiz, essa será bem curta. Não porque estou sem vontade de escrever ou porque o livro é ruim, mas sim pela sua simplicidade.

A trama conta a história de Webster Fillmore, um ex-professor que, abalado por uma tragédia, nunca mais conseguiu lecionar novamente. Por esse motivo, Web precisou arrumar “bicos” para se virar. Um desses “bicos” foi o de limpador de cena de crime, arrumado por um amigo.

Tudo ia bem até que eles são chamados para limpar os restos de um suicídio em Malibu. Com isso, depois de conhecer Soledad, filha do suicida, e aceitar ajudá-la em um favor, a vida de Web vira de cabeça para baixo, e ele acaba se envolvendo em confusões que colocam em risco sua própria vida.

Basicamente o resumo do livro é esse, mas claro que também há histórias paralelas, como a tragédia que o afastou de sua profissão, os conflitos com seu pai, amigos, e com o irmão de Soledad. A impressão que deu após o término do livro, foi que ele, na verdade, não tinha começado. Pareceu que ele representou um primeiro episódio (morno) de uma série de TV. Não que isso seja de todo ruim, porém, acho que não era essa a ideia do autor.

O legal desse fato é que o livro realmente vai virar uma série, que será produzida pela HBO e dirigida por Alan Ball, de “True Blood”. Tenho certeza que ela poder vir a fazer bastante sucesso, pois os personagens são muito interessantes, e tem bastante história para desenvolver através deles, principalmente do protagonista.

Como comentários finais eu gostaria de salientar algumas coisas. Primeiro, a dificuldade que tive em ler algumas partes devido ao linguajar informal dos personagens. Segundo, o humor sarcástico (que eu, partircularmente, gosto muito) contido no livro, que me fez rir alto algumas vezes, principalmente nas falas do narrador-protagonista. E, finalmente, a "força" do livro, que mesmo sem ter um carro-chefe muito bom, consegue prender o leitor, com diálogos e situações divertidas, até o final da leitura.

Nota Final: 7.8
quinta-feira, 22 de abril de 2010
A Equipe de homicídios liderada por Goran Gavila, um criminologista que mesmo civil tem mais influência sobre ela que o próprio inspetor-chefe Roche, um líder preocupado somente com holofotes, encara seu pior desafio: seis braços direitos de meninas entre 9 e 13 anos são encontrados em um bosque. Cinco dessas crianças identificadas desapareceram na última semana, restanto apenas a última menina, que a equipe acredita estar viva.

Conforme a investigação evolui, ao invés das pistas encontradas levarem ao serial killer responsável pelas atrocidades, elas conduzem os investigadores a diferentes caminhos. Cada cadáver que emerge faz com que os policiais tenham que investigar outros crimes cometidos no passado, o que dificulta e atrasa o rumo das investigações. Para ajudar a equipe formada por: Gavila, um criminologista e pai solteiro que luta para esquecer a dor do abandono repentino de sua esposa; Stern, o agente durão famoso por suas balinhas de menta; Boris, o galanteador e atrapalhado, porém prestativo, especialista em interrogatório e Sarah Rosa, a fria e ciumenta agente especialista em tecnologia, Mila, uma misteriosa e fechada especialista em encontrar pessoas desaparecidas é recrutada de última hora.

Os personagens da trama são bem entrosados, até porque já trabalham juntos há bastante tempo, sendo Mila a única novata, que chega com uma certa desconfiança da equipe, principalmente por parte de Sarah Rosa, que parece se incomodar por deixar de ser a única mulher no time. Porém, assim que descobrem as qualidades da moça, aos poucos, a "abraçam" na equipe, principalmente Goran, por quem a moça passa a ter grande admiração e Boris, que se encanta com a novata ( romance? leia o livro e descubra! =D ).

Agora, depois de apresentar um pouco da história a vocês, falarei mais sobre minhas impressões sobre o livro. Já adianto que no geral, achei-o muito interessante. O autor logo na primeira página nos apresenta o primeiro de diversos relatórios que vão aparecendo na trama sobre um misterioso detento cujos habitos são bem estranhose além disso, a investigação foi muito bem conduzida, o que me manteve preso durante toda a leitura. Fora o fato de que o tema principal nos instiga a pensar sobre o que pode ou não ser considerado crime e o quanto alguém pode ser culpado mesmo não tendo encostado um único dedo na vítima.

Como todo bom romance policial, várias reviravoltas marcaram presença no livro, o que é sempre ótimo para evitar monotonia e desinteresse. As tramas paralelas, como um antigo caso mal sucedido da equipe, o problema de Goran e sua ex-mulher e um suspense envolvendo o passado de Mila, só aumentaram a tensão e a vontade de chegar logo ao final do livro, que tenho que admitir que ainda não sei se gostei. Explicarei o porquê abaixo.. rsrsrs

Como nem tudo são flores e nada é perfeito, "O Aliciador" também tem suas falhas, na minha opinião. Não sei se por problema de tradução ou do autor, boa parte das reviravoltas pareceram meio confusas para mim. Tudo bem que em no máximo 5 páginas essas dúvidas eram sanadas, mas é meio chato ter a impressão, mesmo que momentânea, que não entendeu alguma passagem e ter que voltar o texto. Talvez seja um recurso do autor para surpreender na surpresa da reviravolta, se é que me entendem ( meio confuso isso... rsrs ).

Outro fator que me incomodou foi incluir elementos que não estavam previstos na sinopse nem em informações sobre o livro, e exagerando um pouquinho diria que poderia até mudar o "estilo" ou "classificação" do livro. Não quero citar o fator para não "spoilear", apesar de não considerar dessa forma ( tem gente que é chata com isso ), mas parece que o autor não sabia sair da sinuca de bico que se enfiou e tirou uma carta da manga. Resumindo, achei desnecessário.

Agora o final, o tão esperado final, rsrs. Como disse acima, não sei se gostei ou não, pois achei-o surpreendente em parte, mas não como um todo. Quando finalmente o desfecho da história aparece, o livro acaba e fica aquela impressão de algo solto. Pode ser porque o livro tenha uma continuação prevista pelo autor, não sei, o que é totalmente viável de acontecer, até pelo sucesso que o livro fez. Mas no geral, como disse acima, o livro é muito interessante e vale o dinheiro investido

Minha grande dúvida após a leitura do livro é: qual o principal objetivo de uma equipe de homicídios? Será que esse objetivo realmente foi atingido? Deixo essas perguntas no ar para vocês me responderem depois que lerem também. ;)

OBS: Sim, são 3:30 e eu ainda to acordado. =P. Culpa desse livro, que me fez varar madrugada lendo e resenhando.

Nota Final: 9.2

Para mais informações sobre o livro, clique aqui.

Boas leituras
sábado, 27 de fevereiro de 2010
A Dra. Catherine Hildebrant, uma professora de história da arte e uma das maiores autoridades quando o assunto é Michelangelo e sua obra, estava tentando colocar sua vida nos trilhos novamente. Depois de ser traída pelo seu marido ela decide pelo divórcio, porém, esse é o menor de seus problemas.

Quando Tommy Campbel, estrela de um time de futebol americano da NFL, é encontrado morto, posicionado exatamente como a escultura de Baco, de Michelangelo, ela é informada pelo FBI que a "obra de arte" feita pelo assassino foi dedicada a ela.

A polícia acredita que a pista-chave que liga o assassinato à professora é o controverso livro que Cathy escreveu sobre Michelangelo e suas esculturas, chamado "Adormecidos na Pedra", e por isso, resolvem contratá-la como consultora para acharem mais rapidamente o "Escultor", como o próprio assassino se autodenomina.

O "Escultor" é meticuloso e extremamente detalhista. Sua obra possui tanta semelhança com a original que até mesmo Cathy teve dificuldades para reconhecer que havia uma pessoa morta por trás da estátua branca pulverizada com Carrara, mesmo tipo mármore que Michelangelo utilizava em suas esculturas.

Começa então uma caçada liderada pelo Agente-Especial-Solteiro-Bonitão Sam Markham, do FBI e pela Bela-Professora-Recém-Divorciada Catherine Hildebrant (romance no ar?) visando parar o “Escultor” antes que ele faça mais vítimas.

O que achei mais interessante no livro, além da trama em si, é que em diversos momentos eu ficava tão curioso a respeito de algumas observações e curiosidades apresentadas sobre Michelangelo e seu trabalho que corria para a internet para me informar melhor e saber se era verdade mesmo. Acho que nunca aconteceu algo parecido comigo com livro algum.

Outro ponto positivo que achei foi a maneira como o autor elaborava os diálogos. De alguma forma ele parecia saber exatamente as perguntas que surgiam na minha cabeça enquanto lia a conversa entre os personagens. O mais interessante é que de repente eu era surpreendido por um deles fazendo exatamente a mesma pergunta que eu havia pensado. Quando isso acontecia eu me sentia como se estivesse participando da investigação através de um personagem que falava por mim. Bem legal.

Como não podia deixar de ser, o livro também tem seus aspectos negativos, como por exemplo, o final (poxa, logo o final?). Não que tenha sido ruim, mas achei que poderia ser melhor trabalhado e com mais surpresas. O final do final (rsrs) até é bem surpreendente (e indica uma possível continuação), mas o seu desenvolvimento nem tanto, pareceu que o autor queria terminar logo o livro, sabe?

Fora o desfecho, outro ponto negativo, que não é nem por mim, mas sim pensando de uma maneira geral, é que existem algumas passagens meio fortes, que acho que nem todos curtem ler, e que também não vou falar sobre para não estragar. =P

Por fim, digo para quem está com o inglês em dia que vale a importação e o tempo gasto, pois o livro é ótimo. Fica a dica para as editoras também. ;)

Nota Final: 9.0

Para mais informações sobre o livro clique aqui.

Boas leituras

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