Os Subgêneros da Literatura de Crime e Mistério
 
quinta-feira, 28 de julho de 2011
A sinopse de Knife Music diz: "O livro conta a história de um mulherengo cirurgião de 43 anos, Ted Cogan, lutando para limpar seu nome depois de ser acusado por Hank Madden, um veterano detetive responsável pelas investigações, de estuprar e causar o suicídio de uma jovem." E, para minha tristeza, é exatamente isso que acontece.

Por que decepção? Porque, infelizmente, o detetive Hank Madden, cujas características pareciam tão interessantes para serem exploradas (ele é deficiente e sofreu abuso sexual durante a infância) foi mero coadjuvante na história. "Sim, Thiago. Ele foi coadjuvante porque o protagonista do livro é o Dr. Ted Cogan". Tá, eu sei que o doutor é o protagonista, mas achei que haveria um duelo entre eles. Um tentando provar que o outro estava errado e manter o suspense sobre a culpa ou inocência do acusado até o fim (tá, essa dúvida até que o autor conseguiu manter bem). O que ocorreu foi que só o doutor se defendeu, enquanto o veterano detetive somente o observava correr atrás de pistas e resolver o caso. Ele foi o acusado, o detetive e, forçando um pouco a barra, seu próprio advogado. Achei que isso acabou sobrecarregando um pouco o nosso querido protagonista.

Deixando um pouco de lado os pontos negativos, uma coisa que achei interessante, mas que também me deixou confuso em alguns momentos, foram as idas e vindas no tempo. Eu gosto muito desse recurso em romances policiais. Acho que, quando bem empregado, tem muito a acrescentar ao suspense da trama. E o autor soube utilizar bem. Junto a isso, muitas vezes ele usou, ao invés de narrativas únicas e simultâneas de dois pontos de vistas diferentes, duas narrativas para contar a mesma cena, uma sob o ponto de vista do observador da ação, por exemplo, e outra sob o ponto de vista do(s) agente(s). Primeiro sempre vinha a ótica de quem possuia menos informação, o que fazia você não entender certas ações e ficar curioso para descobrir o porquê daquilo, que era respondido assim que a narrativa mudava de perspectiva. Bem legal.

"Thiago, mas e as reviravoltas, cadê? Todo bom romance policial deve ter pelo menos uma." Sim. Teve reviravoltas. O mistério da culpa ou inocência completa do doutor é uma máquina de estados que varia bastante ao longo do livro, e que só é inteiramente resolvido nas últimas páginas. Boa parte desse mistério é mantido devido à existência de uma testemunha que jura de pé junto que tem certeza do que viu (não vou contar se é uma testemunha de acusação ou defesa.. vá ler o livro!), e isso contraria diversas outras provas encontradas durante a inverstigação.

Resumindo... A leitura foi bem agradável. O início e o fim foram bastante empolgantes, porém, o meio deixou um pouco a desejar. A ideia do livro é boa e acho que ele atingiu minhas expectativas (tirando a minha decepção com o detetive). Não é e nem vai ser tornar um clássico da literatura policial, mas diverte.

OBS: Para quem tem curiosidade de saber o que é Knife Music (título do livro), são músicas que alguns cirurgiões gostam de colocar pra tocar enquanto operam seus pacientes.

Nota Final: 8,0

domingo, 24 de julho de 2011
O Delator (Whistleblower)
Autora: Tess Gerritsen
Protagonista: Cathy Weaver
Ano: 2011
Número de Páginas: 320
Editora: Harlequin

Sinopse: Em uma noite chuvosa, no meio da estrada, um estranho fugindo de assassinos surge bem na frente do carro de Cathy Weaver. O comportamento delirante de Victor Holland dava a entender que se tratava de um homem à beira da loucura. Mas sua afirmação de que estava sendo perseguido poderia ser atestada pelo temor no olhar e pela bala cravada no ombro. À medida que as horas passam e os perseguidores se aproximam, Cathy não consegue evitar um único pensamento: ela estaria ajudando uma pessoa em perigo ou colocando sua vida nas mãos de um homem perigoso?

Fatos: Tess Gerritsen é uma autora norte-americana de sucesso com seus thrillers médicos. Aclamada por seus fãs como uma versão feminina de Robin Cook, seus romances chegaram às principais listas de mais vendidos nos EUA. De ascendência chinesa, Tess Gerritsen cresceu nos EUA tendo talvez herdado do avô, um conhecido poeta, o talento para a escrita. Como sempre a fascinou a história e a ciência, os seus livros partem de uma cuidada pesquisa e rigor científico.

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O Caso Neruda (El Caso Neruda)
Autor: Roberto Ampuero
Protagonista: Cayetano Brulé
Ano: 2011
Número de Páginas: 424
Editora: Benvirá

Sinopse: Velho e doente, o poeta Pablo Neruda volta ao Chile no inverno de 1973, depois de deixar o posto de embaixador do governo de Salvador Allende em Paris. Em sua vida repleta de êxitos, resta um mistério a desvendar — uma dúvida que o atormenta quando percebe que sua vida está próxima do fim. Nesse momento, Neruda conhece o detetive cubano Cayetano Brulé, a quem confia a missão de seguir o rastro de Beatriz de Bracamonte, uma mulher de múltiplas identidades e paradeiro desconhecido, única pessoa capaz de elucidar o passado do poeta. Enquanto Brulé empreende sua caçada em países como México, Cuba, Alemanha Oriental e Bolívia, Neruda aguarda impaciente a chegada de notícias em um ambiente cada vez mais tenso com a iminência de um golpe militar contra o governo.

Fatos: Roberto Ampuero (Chile, 1953) é professor de redação e escrita criativa na Universidade de Iowa. Exilado durante a ditadura de Augusto Pinochet, radicou-se em Cuba, antes de se mudar para os Estados Unidos. É um dos mais importantes autores contemporâneos, muito graças à saga do detetive chileno de origem cubana Cayetano Brulé, protagonista de romances como Quem matou Cristian Kustermann?, Boleros em Havana e deste O caso Neruda.

OBS: Esse livro é o primeiro da Série Negra (plágio da Coleção Negra? rsrs), uma coleção da Editora Saraiva (Selo Benvirá) dedicada aos Romances Policiais.

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domingo, 17 de julho de 2011
Minha Arma Não Perdoa (My Gun is Quick )
Autor: Mickey Spillane
Protagonista: Mike Hammer
Ano: 2011
Número de Páginas: 280
Editora: Novo Século

Sinopse: Minha Arma Não Perdoa apresenta o detetive nada convencional Mike Hammer, investigando a misteriosa morte de uma linda ruiva que se meteu com as pessoas erradas. Envolvendo-se com aqueles que sobrevivem à margem da sociedade de Nova York, ele irá se deparar com a violência e com o desejo, propiciados pelo ambiente hostil dessa poderosa cidade. Não medindo as consequências para fazer justiça, é melhor sair da frente porque sua arma não perdoa...

Fatos: Mickey Spillane, nasceu no Brooklyn, Nova York, em 9 de março de 1918. Cursou o Fort Hays State College, em Kansas, mas desistiu. Começou sua carreira como escritor em meados de 1930. As primeiras histórias de Spillane foram publicadas principalmente em livros cômicos e em revistas. Eu, o Júri foi escrito em apenas nove dias, e tornou-se de tal forma um sucesso que Spillane rapidamente produziu mais seis romances, cinco deles publicados entre 1950 e 1952. The Long Wait vendeu 3 milhões de cópias em uma única semana em 1952. No ano de 1967, entre todos os livros bestsellers publicados nos Estados Unidos entre 1895 e 1965, sete dos vinte e nove foram escritos por Spillane. Em 1995, o Mystery Writers of America presenteou o autor com o Grand Master Award.

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sábado, 16 de julho de 2011
Causas Nada Naturais (Unnatural Causes)
Autora: P. D. James
Protagonista: Adam Dalgliesh
Ano: 2011
Número de Páginas: 280
Editora: Companhia das Letras

Sinopse: Um escritor de romances policiais aparece morto num barco à deriva, com as mãos decepadas. Apesar de a autópsia indicar morte por causas naturais, uma herança polpuda, um estranho manuscrito e uma fogueira de vaidades e ressentimentos impedem que o detetive Adam Dalgliesh acredite em tal hipótese.

Fatos: P. D. James é uma das mais brilhantes escritoras de policiais e vende milhares de exemplares em todo o mundo. Ganhou prémios de literatura policial na Grã-Bretanha, nos Estados Unidos, em Itália e na Escandinávia, incluindo o Mistery Writers of America Grandmaster Award, em 1999. Os seus policiais são autênticos quebra-cabeças que se destacam pela primorosa construção narrativa e complexidade psicológica das personagens.

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segunda-feira, 11 de julho de 2011
72 Horar para Morrer
Autor: Ricardo Ragazzo
Protagonista: Júlio Fontana
Ano: 2011
Número de Páginas: 254
Editora: Novo Século

Sinopse: Pior do que conhecer um Serial Killer, é um Serial Killer conhecer você! “O Carro pertence à sua namorada.” Com essas palavras, Júlio Fontana, delegado da pacata cidade de Novo Salto, tem a vida transformada em um inferno. Pessoas próximas começam a ser brutalmente assassinadas, como parte de uma fria e sórdida vingança contra ele. Agora, Júlio terá que descobrir a identidade do responsável por esses crimes bárbaros, antes que sua única filha se torne o próximo nome riscado da lista. 72 Horas para Morrer é uma corrida frenética contra o tempo, que prenderá o leitor do início ao fim.

Fatos: Ricardo Ragazzo é bacharel em Direito, blogueiro, escritor e jogador de RPG. Aos 35 anos de idade mora em São Paulo com sua esposa, filho e beagle. 72 Horas para Morrer é seu primeiro thriller.

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domingo, 10 de julho de 2011
No Dia do Meu Aniversário
Autor: Andre Bogado
Protagonista: Pinheiro
Ano: 2011
Número de Páginas: 280
Editora: Novo Século

Sinopse: Esther foi encontrada morta dentro do seu apartamento, na Alameda Jaú. Seria suicídio ou teria sido assassinada? Tudo indicava que a primeira hipótese era a mais provável, tanto que o inquérito policial foi arquivado. Porém, entram em cena Pinheiro, um promotor aposentado, e seu fiel amigo Serafim. A dupla começa as investigações e após algum tempo, Cícero, o porteiro do prédio onde Esther morava, é assassinado em circunstâncias misteriosas. Ao morrer, ele profere suas últimas e enigmáticas palavras. Qual seria o significado daquelas palavras? Por que alguém falaria aquilo antes de morrer? Pinheiro percebe que seu conteúdo é muito importante e que pode levar ao verdadeiro assassino de Esther.

Fatos: André Bogado, tem 49 anos e é Promotor de Justiça em São Paulo, onde atua perante o IV Tribunal do Júri da capital. É formado em Letras e Direito pela USP e sempre foi fascinado por romances policiais. Na infância e adolescência devorou livros de Edgar Allan Poe, Arthur Conan Doyle, Agatha Christie, Georges Simenon e outros escritores; porém, jamais deixou de apreciar os autores clássicos da literatura brasileira e internacional.

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domingo, 3 de julho de 2011
O Silêncio do Túmulo (Grafarþögn)
Autor: Arnaldur Indridason
Protagonista: Inspetor Erlendu
Ano: 2011
Número de Páginas: 320
Editora: Companhia das Letras

Sinopse: Um esqueleto, provavelmente datado da Segunda Guerra, é encontrado nas gélidas imediações de Reykjavík, Islândia. Enquanto um grupo de arqueólogos trata de removê-lo e analisá-lo, cabe ao inspetor Erlendur desencavar histórias escabrosas não resolvidas da região. Mas acontecimentos tão antigos são difíceis de ser retraçados, sobretudo quando nem todo mundo deseja lembrar-se deles. Quem afinal morava no chalé inacabado do alto da colina, e o que aconteceu lá? Pode um crime brutal ter ocorrido no quartel dos aliados, instalado naquele local durante a guerra? Será que a jovem mulher, comprometida com um homem bem-sucedido de uma tradicional família islandesa, jogou-se mesmo ao mar, sem motivo aparente? Essas não são, no entanto, as únicas questões que pairam sobre a cabeça do policial; sua filha, Eva Lind, com quem ele mantém uma relação distante, entrou em coma devido ao abuso de drogas. O acontecimento leva Erlendur a questionar toda a sua vida, bem como a rememorar um trauma de infância envolvendo o irmão e uma tempestade de neve.

Fatos: Arnaldur Indridason nasceu em Reykjavík, Islândia, em 1961. É historiador, jornalista e crítico literário e de cinema. Durante vinte anos trabalhou para o Morgunbladid, o mais importante diário da Islândia, antes de se dedicar à escrita em tempo integral. Publicados em vinte e seis países, os seus romances rapidamente se transformaram em bestsellers. A sua obra tem recebido vários prémios, entre os quais se destacam o Prémio Chave de Vidro (2002 e 2003), atribuído pela Associação Escandinava do Romance Policial, e o CWA Gold Dagger (2005).

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